Mirai, o carro da Toyota movido a hidrogênio |
Luís Alberto Alves
Como marco de uma Nova Era da mobilidade
urbana a Toyota realizou no final de fevereiro cerimônia em sua fábrica de
Motomachi, no Japão, onde é produzido o Mirai, primeiro veículo movido a
hidrogênio produzido em escala comercial no mundo, e revela o modelo em sua
linha de montagem. Clique aqui para
baixar os vídeos e as imagens.
O híbrido Mirai, que combina motor elétrico e
célula combustível a hidrogênio, emite zero gases poluentes na atmosfera,
liberando apenas água ou vapor d’água em seu sistema de escape. O veículo
utiliza hidrogênio como combustível para gerar energia elétrica ao motor.
Neste ano, a fábrica de Motomachi tem previsão
para produzir cerca de 700 unidades, o que corresponde a uma média diária de
três veículos saindo da moderna linha de montagem.
No seu primeiro mês de vendas no Japão, em
janeiro deste ano, o Mirai recebeu mais de 1.500 pedidos de compra. Devido a
esta grande demanda, a produção irá aumentar para 2 mil unidades por ano, em
2016 e, aproximadamente, para 3 mil, em 2017.
Tradição
A fábrica da Toyota em Motomachi, no Japão,
foi inaugurada em 1959. Ao longo de seus 56 anos de história, esta unidade
fabril desempenhou papel central na realização do sonho do fundador da Toyota
Motor Corporation, Kiichiro Toyoda: promover uma indústria automotiva japonesa
em benefício do desenvolvimento da sociedade.
Linha de montagem do Mirai |
Motomachi começou a vida como primeira unidade
de produção de automóveis de passageiros do Japão e tem sido o lar de alguns
dos modelos mais conhecidos da Toyota como, por
exemplo, Publica, Corona, Supra, RAV4 e o Lexus LFA, que teve produção limitada
de 500 unidades.
Patentes
Em janeiro deste ano, a Toyota autorizou o uso
livre de royalties de aproximadamente 5.680 das licenças de patentes
relacionadas ao seu modelo movido a hidrogênio, incluindo pedidos pendentes que
detém de forma não consolidada.
A iniciativa prioriza o estímulo ao uso
massivo de veículos com célula combustível a hidrogênio, em fase de introdução
em escala global, ao passo que as empresas de energia iniciam a expansão da
infraestrutura das estações de hidrogênio. O uso livre de royalties das
licenças de patentes do Mirai pela Toyota deve permanecer durante o período de
introdução desta tecnologia no mercado, previsto para continuar até meados de
2020.
Na decisão da Toyota estão incluídas patentes
essenciais para o desenvolvimento e produção de veículos equipados com célula
combustível a hidrogênio, tais como as pilhas de células combustível
(aproximadamente 1.970 patentes), tanques de hidrogênio de alta pressão
(aproximadamente 290 patentes), e tecnologia de controle de sistema de célula
combustível (aproximadamente 3.350 patentes).
Funcionamento
O Mirai possui um motor elétrico, uma bateria,
dois tanques de hidrogênio de alta pressão, com capacidade máxima de 70 Mpa, um
conversor elevador de tensão, uma central de comando e a célula combustível a
hidrogênio - uma estação localizada no centro do assoalho do veículo. É dentro
desta estação onde ocorre a reação química para colocar o Mirai em movimento.
O veículo capta o oxigênio da atmosfera
através de sua entrada de ar frontal e o leva até esta estação, para onde o
hidrogênio contido nos dois tanques também é direcionado. Dentro dela, a célula
combustível divide o hidrogênio em duas moléculas, gerando uma carga elétrica.
Ao mesmo tempo, o oxigênio se une às células de hidrogênio, formando água.
A
energia elétrica é direcionada ao conversor, que alimenta o motor do Mirai, e a
água é expelida pela válvula de escape. O motor também é alimentado diretamente
pela bateria, recarregada por energia cinética gerada pela desaceleração e
frenagem do automóvel.
O Mirai possui autonomia para rodar 650 km sem
necessidade de reabastecimento.
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