Fernando Masetti
Em meio a diversas oportunidades de bons
negócios no mercado de veículos usados – que segue aquecido em todo o País – há
riscos que devem fazer o comprador ficar atento. Levantamento da Fenauto
(Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores)
mostra que, com preços mais atraentes, maio registrou a venda de 825.295
automóveis seminovos contra 793.784 em abril – aumento de 4% em apenas um mês.
De janeiro a maio deste ano, quase 4 milhões de veículos usados foram comercializados
no País.
A opção pode ser justificada por algumas
condições favoráveis como custo benefício, facilidade na obtenção de crédito e
disponibilidade de modelos com várias opções de série. A questão é que nem
sempre o automóvel é adquirido por meio de revendedoras que agem nos conformes
dos códigos civil e do consumidor. E nem sempre o consumidor cumpre com seus
débitos.
De acordo com um estudo da CNC (Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), 62% das famílias brasileiras
estão endividadas, sendo que destas, 13,4% é devido ao financiamento de
veículos. Já o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) atestou que, de
dezembro de 2014 a maio de 2015, pelo menos 2 milhões de brasileiros entraram
para a lista de inadimplentes.
No caso da aquisição de um automóvel usado,
esse índice começa pelo comprador que simplesmente não consegue saldar a dívida
e termina com o proprietário seguinte, que o adquiriu sem saber de seu
histórico. Somente no primeiro semestre de 2015, a consulta da Checkauto
apontou que 43% dos veículos consultados trouxeram a informação de que o bem
está financiado. Nestes casos é importante que antes da decisão pelo fechamento
do negócio, o comprador peça para o vendedor a carta de quitação do banco,
desta maneira terá em mãos as informações necessárias para saber se vale a pena
fazer o negócio sem assumir a dívida do proprietário anterior, evitando assim
dor de cabeça.
Para assegurar a compra, no último mês de
maio, entrou em vigor a lei 13.111/15, que tem por objetivo garantir que, ao
vender um veículo usado, o lojista forneça um documento com o histórico
completo do modelo. Mas neste primeiro momento, ela só se aplica a
comerciantes. Por isso, exigir seu cumprimento nas autorizadas e recorrer a
vistorias no caso da venda entre particulares pode ser um ótimo negócio.
A principal recomendação antes de fechar a
compra é ter informações relevantes para a tomada de decisão. Confira a
descrição do anúncio, a veracidade dos dados da loja e conheça o anunciante que
está vendendo o veículo de seu interesse. Quando estiver em dúvidas sobre a
contratação de um serviço do gênero, lembre-se que o investimento pode evitar
inúmeras consequências desagradáveis, como a inclusão de seu nome em empresas
de proteção ao crédito, o comparecimento para esclarecimentos na justiça e até
mesmo a devolução do bem.
Portanto, para concretizar uma boa compra, as
dicas são: pesquise e conheça o histórico do veículo desejado antes de fechar
qualquer negócio.
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